quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ela também busca por você.






MUITAS VEZES A MÃO SE APROXIMA BASTANTE DE VOCÊ




Confie na vida e não perderá nada. Mas essa confiança não pode vir pela doutrinação, não pode vir pela educação, pela pregação, pelos estudos ou pelo pensamento - essa confiança só pode vir pela vivência em todos os opostos da vida, em todas as suas contradições, em todos os seus paradoxos. Quando entre todos os paradoxos você atinge um ponto de equilíbrio, há confiança. A confiança é o perfume do equilíbrio, a Fragrância do equilíbrio.

Se você quer realmente alcançar a confiança, a abandone todas as crenças. Elas não ajudam. É estúpida a mente que crê; a mente confiante torna-se perfeita. A confiança a faz perfeita.

E a diferença entre crença e confiança é simples. Não estou falando dos significados que essas palavras têm no dicionário - no dicionário, talvez seja assim: crença é sinônimo de confiança, confiança é sinônimo de fé, e fé é sinônimo de crença - eu estou falando da existência. Existencialmente, a crença é emprestada, a confiança é sua. Crendo, você acredita em algo, mas a dúvida permanece por baixo. A confiança não tem em si nenhum elemento de dúvida; está simplesmente isenta de dúvida. A crença cria uma divisão em você: uma parte da mente crê, a outra nega. A confiança é uma unidade em seu ser, é a sua totalidade.

Mas como pode a sua totalidade confiar a menos que você tenha vivenciado? o Deus de Jesus não serve, o Deus da minha experiência não serve para você, o Deus da Experiência de Buda também não serve - a experiência tem que ser sua. E se você conservar as crenças, muitas vezes passará por experiências que não correspondem a elas, e haverá uma tendência da mente para não ver essas experiências, para não notá-las, porque são perturbadoras. Elas destroem a crença e você quer se prender a ela. Cada vez mais você estará cego para a vida - a crença torna-se uma venda em seus olhos.

Se você tiver uma crença e lhe acontecer uma experiência que a sua crença diz não ser possível; ou, se a experiência for tal que você tenha que abandonar a crença, o que você escolherá? A crença ou a experiência?
A tendência da mente é escolher a crença e esquecer a experiência. É assim que você tem perdido muitas oportunidades de ver Deus batendo à sua porta.

Lembre-se: não é só você quem está buscando a confiança - ela também busca por você. Muitas vezes a mão se aproxima bastante de você, quase o toca, mas você recua. Ela não está se ajustando à sua crença e você prefere ficar com a sua crença.




Ouvi contar:

Um vampiro entrou uma noite no quarto de Patrick O'Rourke com o propósito de beber o seu sangue. Lembrando-se do que sua mãe lhe contara, O'Rourke agarrou um crucifixo e sacudiu-o freneticamente na cara do vampiro. O vampiro fez uma pequena pausa, balançou a cabeça pesaroso, estalou a língua e comentou genialmente em yddish puro: "Oy vey bubbula! Você pegou o vampiro errado".

Se o vampiro é cristão, ótimo! Você pode mostrar. Mas se é judeu, de que adianta? Nesse caso, "Oy vey bubbula! Você pegou o vampiro errado!"

Quando você tem uma certa crença e a vida não se ajusta a ela, o que você faz? Pode ficar mostrando o seu crucifixo - mas o vampiro é judeu. Nem vai notar a sua cruz. O que você faz então?

A vida é tão vasta e as crenças tão pequenas; a vida é tão infinita e as crenças tão miúdas. A vida jamais se ajusta a nenhuma crença e se você tentar forçar a vida dentro delas estará tentando o impossível. Isso nunca aconteceu; não pode acontecer na natureza das coisas. 
Abandone todas as crenças e comece a aprender como viver.







A Arte de Morrer - Osho 

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