quarta-feira, 1 de julho de 2009

O Papagaio de Papel Dourado, o Vento Prateado

O conto mostra a história de duas populações que quase se dizimam devido à grande importância que dão aos símbolos.

 

 

 A primeira cidade era cercada por um muro que tinha a forma de uma laranja, ao perceber que a segunda cidade tinha o formato de um porco feroz interpretou que o porco iria comer tudo que estivesse à frente, e isto indicava presságios terríveis, e um destino cruel, pois eles seriam devorados.

Para modificar este destino, trocaram os muros da cidade que passaram a ter a forma de um bastão que serviria para afugentar e até matar o porco, a outra cidade por sua vez sentiu-se ameaçada e trocou os muros no formato do porco para fogo, pois este queimaria o bastão e a partir daí houve uma série de transformações, o bastão transformou-se em água para apagar o fogo, o fogo transformou-se em boca para beber a água, a água transformou-se em agulha para costurar a boca e assim passara-se épocas destruindo e construindo os muros da cidade para evitarem as tragédias que pressentiam, aumentou a pobreza, a população perdeu as forças e as cidades pararam, os mandarins, responsáveis pelo governo de cada cidade, muito abatidos pelo desgaste que as mudanças trouxeram, resolveram acabar com a disputa, e ao serem levados para uma pequena colina vêem crianças soltando papagaios, e decidem fazer a última transformação nas cidades, utilizando mais uma vez a simbologia, uma teria a forma de um papagaio e a outra a forma do vento, onde o vento elevará o papagaio às alturas e o papagaio quebrará a monotonia do vento, dando um sentido e uma finalidade “um sem o outro não seria nada”, e assim surgem as cidades “a cidade do papagaio de papel dourado e a cidade do vento prateada ”e desta forma, juntas, voltaram a prosperar.

 

O texto nos leva a refletir o quanto muitas vezes damos importância aos símbolos, ao individualismo, às nossas próprias interpretações sem levantamento de dados, quantas vezes levantamos e quebramos muros, que são as barreiras em nossas vidas de acordo com os nossos interesses, além de mostrar o desejo do poder e o medo da dominação, e que só depois de muito sofrimento é que conseguimos entender que a vida pode ser mais fácil se houver cooperação, se houver quebras de barreiras, preconceitos, se aprender a viver em sociedade, pois não existe um eu sem um nós.

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Ray Bradbury

3 comentários:

Antero Guedes disse...

sim poderemos dizer que se trata de um conto de profunda reflexão... meus muros da minha cidade estão sempre em reformulação a última simbologia que lhe aplico é o nó... um nó que não se desenvencilha e que me faz sofrer por dentro... mas existe sempre uma sede comum que é apurar as circunstâncias que me levaram a construir tal nó... não tenho a chave da cidade mas do nó também não existem pontas... mas nessa tertúlia de saberes e conhecimentos existe um elo de ligação que (nos) prende.

Vida Mística disse...

hum.. creio que já vi este nó antes, também... e para tudo há um momento de resignificação...
vejo a força em vc... a que dá ao elo uma surpresa maior e melhor... sim há!
Colocando um nó físico e paupável ( ao simbolismo do que o prende) em um pequeno barbante...sinta seu "gomo" ...sua força contrária a tudo que pensa e quer..este é o nó? Se for, movimente levemente os dedos, preenchendo sem força os acontecimentos que o levaram até o nó... ele ficará diferente, com tua energia, em dado momento....ahhhhh o gomo é malabarista... não se prenderá a teus sentimentos e a física lhe deixa solto. uh! Tentativas!

Abraço com asas quase embaraçadas..rs

Antero Guedes disse...

sim. entendo. um só gomo basta. haverá mais para saborear. outros para partilhar. assim é...
beijo,
Tero